Obras de Costa Pinheiro estarão no Museu Municipal de Faro

PINTURAS E DESENHOS DO ARTISTA QUE RESIDIU NO ALGARVE PODEM SER VISTOS ATÉ 5 DE JUNHO

Um importante conjunto de pinturas e desenhos de Costa Pinheiro, compõem a mostra que inaugura amanhã (12 de março, às 18h00), no Museu Municipal de Faro e que estará patente ao público até 5 de junho. “O Reino de Portugal e dos Algarves na obra de Costa Pinheiro” é o título da exposição, que conta com a curadoria de Mirian Nogueira Tavares, Docente da UALG e coordenadora do CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação.

Os visitantes poderão conhecer o trabalho deste artista, que residiu na região algarvia, depois de regressar de Munique, cidade onde viveu longos anos. Estas obras, pertencentes à coleção do Galerista Mário Roque, é composta por quadros e desenhos que antecederam trabalhos exibidos, pela primeira vez, na década de 60 do séc. XX, nessa cidade alemã.

«Esta é uma forma da região que o artista escolheu para viver, depois de voltar do seu exílio alemão, manter viva a memória de alguém que, constantemente, destruiu barreiras e construiu um percurso único na Arte Contemporânea», afirma Mirian Tavares, que considera a mostra como reveladora de «um percurso repleto de memórias e de revisitações a um país tão seu, mas também estrangeiro». E acrescenta: «Com os seus reis, rainhas, infantes e um notável cavaleiro, Costa Pinheiro põe-nos a pensar no que escreveu Bachelard: “Será necessário, consequentemente, do ponto de vista da própria vida, tentar compreender o passado pelo presente, longe de tentar incessantemente explicar o presente pelo passado”.»

Costa Pinheiro (1932-2015), natural de Moura, frequentou o Liceu Camões e a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Em 1957 obteve uma bolsa do Ministério da Cultura da Baviera, para estudar na Academia de Belas-Artes de Munique. De regresso a Lisboa em 1958, recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e viaja para Paris. É na capital francesa que, em 1960, convive com Vieira da Silva e Arpad Szenes e funda o grupo e a revista KWY na companhia de Lourdes Castro, Gonçalo Duarte, José Escada, René Bertholo, João Vieira, do búlgaro Christo Javajeffe e do alemão Jan Voss. No mesmo ano, a primeira exposição portuguesa do KWY é inaugurada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, com o bom acolhimento da imprensa lisboeta. Terminada a aventura da KYW, vai desenvolvendo um percurso entre Munique e Paris, distante da cena artística portuguesa. Em 1964 começa a pintar Reis, série que revelará um dos traços da sua obra. Ao longo das décadas de 1970, 80 e 90 expõe inúmeras vezes em Portugal e no estrangeiro (sobretudo em Munique), nomeadamente na Galeria Kunst + Kommunikation, Munique (1992, 1993, 1996-1997), no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa (1989) e na Casa de Serralves, Porto (1990). Em 2001 recebe o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante.

Câmara Municipal de Faro

Partilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Artigos Relacionados

Perigo máximo de incêndio

Perigo máximo de incêndio rural em mais de 50 concelhos do continente

440 mil empresas

Empresas criadas em Portugal nos últimos 10 anos somam 440 mil

Esta iniciativa, a que o município se associa, assinala e celebra os 50 anos do 25 de Abril através da criação de um novo roteiro de arte urbana, promovido à escala nacional pelo Turismo de Portugal, que liga várias localidades do país, representando todas as regiões do continente e ilhas. 
Os murais, elaborados em torno de um tema comum, são uma criação da dupla artística RUÍDO, formada por Frederico Draw (Frederico Soares Campos) e Alma (Rodrigo Guinea Gonçalves) que se propuseram pintar a LIBERDADE em todo o país.

Lagos já figura no roteiro nacional “Murais de Liberdade”

Diretor:
Miguel Ângelo Morgado Henriques Machado Faísca
Nº de inscrição na ERC:
124728