O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 3,0% em março face a fevereiro, para 306.157, o valor mais baixo nesse mês dos últimos 30 anos, e 6,2% inferior a março de 2022, anunciou hoje o Governo.
Segundo o comunicado do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, “o desemprego registado em março (306.157 pessoas), foi o valor mais baixo, nesse mês, nos últimos 30 anos, com uma diminuição de -3,0% (-9.488 pessoas) relativamente ao mês anterior, e -6,2% abaixo do nível observado em março de 2022 (-20.094 pessoas)”.
O executivo destaca ainda que “o número de jovens desempregados inscritos no IEFP [Instituto do Emprego e Formação Profissional] foi o mais baixo de sempre (34.232 pessoas) nos meses de março, registando uma diminuição de -1,8% (-622 pessoas) face ao mês homólogo”.
Em cadeia, face a fevereiro, o desemprego jovem registou uma descida de 1,2% (-416 jovens).
Quanto ao desemprego de longa duração, registou uma diminuição em cadeia de 2,8% (-3.346 pessoas) e uma quebra homóloga de 26,7% (-42.831 pessoas), afetando 117.527 pessoas.
Entre fevereiro e março, o desemprego registado diminuiu em cadeia em todas as regiões, com destaque para a redução de 22,9% na região do Algarve. Em termos homólogos, verificaram-se descidas no Norte, Lisboa e Algarve, salientando-se a redução de 14,3% na região do Algarve.
A nível setorial, o ministério reporta descidas em cadeia em todos os setores de atividade económica: Agrícola (-2,8%), secundário (-2,2%) e terciário (-3,7%).
Em termos homólogos, registou-se uma subida no setor agrícola (+1,9%) e descidas nos setores secundário (-4,1%) e terciário (-5,3%).
Segundo o IEFP, o total de 306.157desempregados registados em março nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas representa 64,7% de um total de 472.857 pedidos de emprego.
Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuíram, “com destaque”, os grupos dos indivíduos que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-19.678), os que procuram novo emprego (-18.711) e os inscritos há 12 meses ou mais (-42.831).
Em março, os desempregados inscritos há menos de um ano totalizavam 188.630 (61,6% do total), tendo-se observado um recuo em cadeia de 3,2% (-6.142) e uma subida homóloga de 13,7% (+22.737).
Ao longo do mês em análise, inscreveram-se nos serviços de emprego de todo o país 48.125 desempregados, um número superior ao observado no mesmo mês de 2022 (+6.256, +14,9%) e também em relação a fevereiro (+6.173; +14,7%).
A nível regional, no mês de março, com exceção do Alentejo (+7,2%) e Centro (+0,7%), o desemprego diminuiu, em termos homólogos, com destaque para as regiões autónomas da Madeira (-32,8%), Algarve (-14,3%) e Açores (-13,9%).
Já em relação ao mês anterior, as regiões apresentaram decréscimos no desemprego, sendo a maior variação na região do Algarve (-22,9%).
Numa desagregação por atividades económicas, com exceção do setor “agrícola” e da “fabricação de outros produtos minerais não metálicos”, todas registaram descidas homólogas, sendo as variações mais significativas registadas, por ordem decrescente, nas “outras atividades de serviços” (-14,0%), “atividades financeiras e de seguros” (-13,4%) e “fabrico de veículos automóveis, componentes e outro equipamentos de transporte”(-12,3%)
Os grupos profissionais mais representativos dos desempregados registados no continente eram em março os “trabalhadores não qualificados” (27,1%), “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção de segurança e vendedores” (20,6%), “pessoal administrativo” (11,8%) e “especialistas das atividades intelectuais e científicas” (10,1%).
Quanto às ofertas de emprego por satisfazer, no final de março totalizavam 16.622 nos serviços de emprego de todo o país, número que corresponde a uma diminuição anual (-3.553; -17,6%) e a um aumento face ao mês anterior (+3.225; +24,1%) das ofertas em ficheiro.
Já as ofertas de emprego recebidas em março totalizaram 14.473 em todo o país, um número superior ao do mês homólogo de 2022 (+60; +0,4%) e superior face ao mês anterior (+4.764; +47,7%).
As atividades económicas com maior expressão nas ofertas de emprego recebidas ao longo deste mês (sendo que neste caso o IEFP considera apenas os dados relativos ao continente) foram, por ordem decrescente, o “alojamento, restauração e similares” (18,9%), as “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (18,1%) e o “comércio por grosso e a retalho” (12,3%).
As colocações realizadas durante o mês de março totalizaram 9.033 em todo o país, um número superior ao verificado em igual período de 2022 (+851; +10,4%) e superior ao mês anterior (+2.494; +38,1%).
A análise das colocações efetuadas, por grupos de profissões (dados do continente), mostra uma maior concentração nos “trabalhadores não qualificados” (30,4%), nos “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores” (21,7%) e no “pessoal administrativo” (11,0%).
Lusa