Entrevista Presidente CM Lagos | “O Impacto provocado pela pandemia” com foco no concelho de Lagos

O Presidente do Município de Lagos, Dr. Hugo Pereira, em entrevista ao Jornal O Algarve Económico referiu que, o município adotou diversas medidas para minimizar o impacto social e económico provocado pela pandemia. «Apesar de neste último mês, na sequência da disseminação da variante Delta, Lagos estar a viver um pico de contágios estamos convictos de que a situação poderia ser muito pior se não tivéssemos acautelados todos os meios», afirma. O autarca tem esperança que a afluência nos meses de verão «possa, de alguma forma, dinamizar e fazer recuperar a economia local».

O Algarve Economico (A.E) – Até ao momento qual é o impacto provocado pela Covid-19 no concelho de Lagos?

Presidente Hugo Pereira (P.H.P) – Em termos de impacto na saúde, registaram-se no concelho, até à presente data, 2070 casos confirmados de COVID-19 e temos a lamentar 29 óbitos. Apesar de neste último mês, na sequência da disseminação da variante Delta, Lagos estar a viver um pico de contágios – o qual deu origem a retrocessos no processo de desconfinamento – estamos convictos de que a situação poderia ser muito pior se não tivéssemos acautelados todos os meios, quer por parte da Saúde, quer do município, forças de segurança e todas as entidades que têm colaborado ativamente no esforço de prevenção e mitigação da pandemia. Atualmente, a capacidade de rastreio e testagem é incomparavelmente superior ao que acontecia há um ano atrás, sendo que o processo de vacinação também tem estado a ser implementado a um ritmo crescente, correspondendo às expetativas criadas e ao desígnio nacional de se atingir a imunidade de grupo o mais depressa possível, protegendo-nos de novas vagas e variantes que possam continuar a surgir.

A.E – Quais as medidas que o município adotou e/ou vai adotar face à pandemia?

­P.H.P – O município de Lagos, logo em abril de 2020, aprovou o “Lagos Apoia”, um pacote de medidas de âmbito local para apoiar famílias e empresas, o qual tem como grande objetivo minimizar o impacto social e económico da pandemia. Esse programa, renovado e prolongado até ao final de 2021, engloba medidas que vão desde as isenções e reduções de taxas e tarifas (ex. Ocupação da Via Pública, Publicidade, mercados e atividades marítimo-turísticas; tarifas de água), a apoios na área da habitação (alargamento dos critérios no âmbito do Regulamento Municipal de Apoio ao Arrendamento Privado; isenção do pagamento das rendas sociais) e ação social (ex. alargamento das condições de acesso a apoio alimentar e outros no âmbito do Regulamento Municipal de Atribuição de Apoios Sociais), passando pelo apoio às coletividades culturais, desportivas e de solidariedade social, assim como um forte investimento na área da Educação, de que é exemplo a aquisição e entrega de computadores portáteis, tablets e outros dispositivos, que permitiram às escolas e aos alunos o acesso ao ensino à distância.
Na área da Saúde, o município não tem olhado a meios para apoiar as necessidades deste exigente combate à pandemia, seja ao nível da instalação de áreas dedicadas à COVID-19 e locais de testagem, instalação do Centro de Vacinação de Lagos, aquisição e cedência de viaturas, equipamentos médicos e equipamentos de proteção individual, serviços de higienização e desinfeção, segurança, entre outros.
Outra das medidas adotadas, neste caso especificamente relacionada com a época balnear e turística, foi a decisão de comparticipação das despesas inerentes aos nadadores-salvadores, com valores na ordem dos 50 e dos 75% atribuídos aos concessionários dos apoios de praia.

A.E – Em que medida é que o setor do Turismo, do Comércio e dos Serviços foi afetado pela pandemia, em Lagos?

P.H.P – O impacto é significativo em todos os territórios que têm como principal atividade económica o Turismo, uma vez que a COVID-19 veio alterar drasticamente as condições de mobilidade das pessoas e restringir as viagens de lazer, com reflexo nos tradicionais mercados emissores, pelo que Lagos não constitui exceção. A pandemia acentuou igualmente a sazonalidade que já caracteriza a região, situação que se reflete negativamente na sustentabilidade das empresas, designadamente estabelecimentos de alojamento turístico, restauração e similares, empresas de animação turística, comércio e toda uma série de atividades que gravitam em torno destas.

A.E – Como perspetiva a época de verão? 

P.H.P – Muito diferente daquilo a que estávamos habituados, em termos no número de turistas/visitantes, mas com a esperança de que a afluência na segunda quinzena de julho e nos meses de agosto e setembro possa, de alguma forma, dinamizar e fazer recuperar a economia local. Apesar de tudo e atendendo às circunstâncias, o retorno que nos é dado por quem nos visita tem sido positivo, o que demonstra que os turistas continuam a gostar de Lagos, sentindo-se aqui bem e em segurança.
Atentos a essa procura, programámos alguns eventos de animação cultural que, acautelando todas as regras de higiene e segurança, ajudarão a consolidar essa boa imagem.

O Algarve Económico

Partilhar:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Artigos Relacionados

Perigo máximo de incêndio

Perigo máximo de incêndio rural em mais de 50 concelhos do continente

440 mil empresas

Empresas criadas em Portugal nos últimos 10 anos somam 440 mil

Esta iniciativa, a que o município se associa, assinala e celebra os 50 anos do 25 de Abril através da criação de um novo roteiro de arte urbana, promovido à escala nacional pelo Turismo de Portugal, que liga várias localidades do país, representando todas as regiões do continente e ilhas. 
Os murais, elaborados em torno de um tema comum, são uma criação da dupla artística RUÍDO, formada por Frederico Draw (Frederico Soares Campos) e Alma (Rodrigo Guinea Gonçalves) que se propuseram pintar a LIBERDADE em todo o país.

Lagos já figura no roteiro nacional “Murais de Liberdade”

Diretor:
Miguel Ângelo Morgado Henriques Machado Faísca
Nº de inscrição na ERC:
124728