Os segredos do sucesso de um milionário (parte 1)


Miguel Ribeiro Ferreira, dono da empresa Fonte Viva, e conhecido de boa parte dos portugueses por ter participado no programa da SIC «Shark Tank», foi o convidado especial da festa do 1º aniversário da incubadora Startup Portimão.
Na intervenção que fez assumiu que sempre teve o ‘bichinho’ do empreendedorismo, o que o levou a avançar com o seu primeiro projeto, um canil, logo aos 12 anos de idade. Esta iniciativa estava relacionada com a sua grande paixão pelos animais, que o levava a aspirar ser veterinário.
No entanto, confessa,”era péssimo aluno” e, como não tinha notas para seguir essa área, acabou por ir para marketing, “o que me ajudou muito em termos de visão global do mercado, da logística à parte financeira e à dimensão psicológica do negócio”.
Quando acabou o curso foi para Miami à procura de inspiração para desenvolver projetos empresariais. Foi aí que descobriu o negócio das máquinas de água que, atualmente, existem em qualquer empresa, mas que, na altura, eram desconhecidas no país. Começou por importar meia centena, transformou a garagem da sua casa num armazém e pôs-se a contactar potenciais clientes e a vendê-las.
Dessa altura guarda, em especial, um episódio vivido no Algarve. Vinha entregar máquinas de água a alguns clientes e a carrinha que conduzia “ardeu, literalmente, na Estrada Nacional 125”. Mas, como carrinhas há muitas, “a minha preocupação foi tirar a água e as máquinas e arranjar outra forma de as ir entregar aos clientes”.
Acabou por vender a empresa que, na altura, tinha, foi para Espanha, criou outra e, ao voltar a Portugal, comprou aquela que é a sua jóia da coroa, a Fonte Viva, que, hoje em dia, “é a segunda maior do setor na Europa, com 100 e tal mil pontos de venda”.

Há dois tipos de pessoas: “as que trabalham e as que não trabalham”

A essa empresa foi juntando, ao longo dos anos, várias outras de diversos setores e construindo um grupo de grande dimensão. Alguns dos seus investimentos foram feitos durante a sua participação na versão portuguesa do programa «Shark Tank» (Lago dos Tubarões), em que era um dos investidores a quem os concorrentes iam apresentar os seus projetos empresariais e tentar fazer que neles investissem.
Isso faz com que, admita, haja quem olhe para ele como um ‘tubarão’ do mundo dos negócios, mas lembra que “quando começamos, somos todos uns peixinhos pequeninos” e só quem luta muito é que consegue chegar longe. Para isso não há nenhum tipo de fórmula mágica, disse aos candidatos a empreendedores que tinha à sua frente.
Um ingrediente essencial para o sucesso é o trabalho. De uma forma geral, há dois tipos de pessoas: “as que trabalham e as que não trabalham”. Quem se levanta de manhã para trabalhar, motivado, focado e otimista está, garante, mais perto de atingir o sucesso do que alguém que não trabalha o suficiente e está à procura da primeira oportunidade de culpar os outros ou o destino por tudo aquilo que lhe corre mal.
Depois há que ter espírito empreendedor, o que não significa, necessariamente, que se desate por aí a criar empresas e negócios, pois “pode-se ser empreendedor todos os dias, até em casa”, pintando algo que precisa de ser pintado ou arranjando algo que se partiu.
Ser empreendedor significa, basicamente, “fazer tudo aquilo que está por fazer”, muitas vezes porque todos nós “somos especialistas em arranjar desculpas” para não fazer aquilo de que não gostamos ou para justificar o que correu mal.
Quer para um empresário, quer para alguém que o não é, considera que “é importante agir, atuar” e não deixar que os problemas se vão acumulando até um ponto em que se torna quase impossível reverter a situação.

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