“O mercado imobiliário algarvio é, atualmente, mais robusto e diversificado”


A imobiliária algarvia Casas do Barlavento foi uma das vencedoras do European Property Awards, um dos galardões internacionais mais cobiçados pelos profissionais e agências do setor, sendo-lhe atribuído o prémio de Melhor Mediadora Imobiliária.
Esta conquista foi pretexto para uma entrevista ao seu diretor geral, Luís Ledo, da qual publicamos, de seguida, a 1ª parte.

Leia aqui a 2ª parte da entrevista

O Algarve Económico (OA) – Que prémio é este e que importância tem para a empresa?
Luís Ledo (LL) – Os European Property Awards são prémios que já existem há muitos anos e que podem ser considerados como uma espécie de óscars no setor do imobiliário. Um painel constituído por especialistas de várias áreas analisa todas as candidaturas que se apresentam e elege, por países, as agências que, naquele ano, entendem ser as que, considerando vários aspetos (como se apresentam ao mercado, como comunicam, como gerem os seus procedimentos internos, como prestam apoio ao cliente, entre outros), foram as melhores.
OA – Há quantos anos existe a empresa, como surgiu e, de uma forma geral, como é que tem sido o seu percurso?
LL – Surgiu no início de 2003 e, atualmente, temos a nossa sede instalada em Lagos e escritórios em Alvor e no Vale da Telha. Só trabalhamos no Barlavento Algarvio, consideramo-nos especialistas nesta zona, já tivemos convites e oportunidades para nos expandirmos, mas decidimos que queríamos ficar focados aqui e, dentro do possível, ser a melhor agência imobiliária neste espaço geográfico.
OA – Como é que tem sido a evolução?
LL – Tivemos, muito rapidamente, uma trajetória ascendente e logo nos primeiros anos posicionámo-nos no top 3 ou 4 de Lagos. Em 2006 atingimos aquilo que acabou por ser o nosso melhor ano comercial até muito recentemente. Só no ano passado, 2017, ultrapassámos, e de forma muito substancial, esse valor.
Pelo meio, entre 2008 e 2014, o mundo teve, como se sabe, uma grande recessão, que fez com que o mercado imobiliário estivesse muito parado. A crise do subprime levou a que os preços dos imóveis corrigissem de uma forma dramática.
A partir de 2014, as coisas começaram a mudar, o sentimento económico na Europa, em termos gerais, melhorou. Nós, portugueses, começámos a acreditar mais nos nossos valores e a comunicar isso de uma forma mais eficaz. Acho que o Turismo de Portugal tem feito um trabalho interessante nessa área, tendo contribuído para que Portugal, atualmente, esteja na moda e a viver uma onda muito positiva. Há, agora, que surfá-la e fidelizar os clientes.
Entretanto, aconteceu um fenómeno muito interessante e que é bom para o Algarve que é o de termos deixado de ser um destino que, maioritariamente, atraía clientes britânicos e um ou outro alemão ou holandês. Hoje temos compradores que vêm de muitas outras partes do mundo, já não estamos tão dependentes dos mercados tradicionais. Temos um mercado francês muito forte, tal como o sueco, temos alguns italianos e brasileiros também a comprar, pelo que o mercado é mais robusto e diversificado.
OA – Em termos de nacionalidades, quais são os vossos clientes principais?
LL – Uma das coisas que acho que fazemos particularmente bem é estar atentos às tendências do mercado e posicionarmo-nos para tirar partido delas. Por exemplo, hoje temos uma versão em francês do nosso site, na promoção das nossas propriedades há sempre um texto em francês, pois aquele passou a ser um mercado importante…
O mercado francês e o sueco são, provavelmente, aqueles que hoje representam a maior fatia das nossas transações, mas com outras nacionalidades pelo meio e cada vez mais importantes, temos alguns canadianos e americanos a comprar, há uma maior diversificação.
OA – Quantas pessoas trabalham na vossa empresa?
LL – Contando com o departamento de marketing, somos 21.
OA – Dados divulgados há dias pelo Instituto Nacional de Estatística indicam que mais de 40% das vendas de imóveis no Algarve são feitas a estrangeiros. A vossa percentagem é dessa ordem de grandeza?
LL – É claramente superior. Diria que mais de 90% das nossas transações são feitas a clientes internacionais, o que tem a ver com o facto de nos termos posicionado nesse sentido. Temos alguns membros da nossa equipa que são de nacionalidade estrangeira, a começar pelo nosso diretor de vendas, que é inglês. É óbvio que também vendemos a cidadãos portugueses, mas, como disse, estamos mais direcionados para o mercado internacional.

Terrenos para construir têm muita procura

OA – Quais são os tipos de imóveis mais procurados pelos vossos clientes?
LL – Nos últimos anos eram, sobretudo, apartamentos de luxo, com um bom design, com uma boa arquitetura, imóveis contemporâneos. Recentemente temos vindo a assistir a uma procura crescente de lotes de terreno para desenvolver projetos. Naturalmente que continuamos a vender apartamentos mas começámos a ter mais procura para lotes de terreno.
OA – Como é que, em termos de empresa, perspetiva os próximos anos. Já disse que a vossa ideia é manterem-se no Barlavento Algarvio, pretendem abrir mais agências nessa zona?
LL – Não faz parte dos nosso planos, pelo menos nos próximos dois anos, abrir mais agências. Aquilo que sempre fizemos desde a abertura da empresa foi sempre oferecer um serviço global aos nossos clientes. Além de fazermos mediação imobiliária, também prestamos serviços ao nível da administração de imóveis e fazemos arrendamentos em sede de alojamento local.
Depois de comprarem o imóvel, os clientes, sobretudo aqueles que não querem a casa para nela viverem permanentemente, são apresentados à nossa equipa de administração e arrendamento, que lhes disponibiliza um pacote de soluções para a sua rentabilização.
Estamos no mercado há 15 anos e temos clientes que compraram imóveis connosco nos primeiros tempos, ao longo desse período fomos nós que administrámos as suas casas, que gerimos os alugueres e, quando alguns deles decidiram vender, foi a nós que recorreram, novamente.
O nosso modelo de negócio não é vender e depois desaparecer, o chamado ‘toca e foge’, mas manter o relacionamento com o cliente. Já estamos no mercado há 15 anos e iremos cá estar, seguramente, mais uns 15 e o que queremos é acompanhar o cliente, se possível, ao longo de todo o seu período de permanência no nosso país.

Leia aqui a 2ª parte da entrevista

“O grosso das compras que estão a ser feitas é com recurso a capitais próprios e não a empréstimos”


 

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