Os sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) e dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) transmitiram ao Governo, numa reunião, a sua preocupação com os trabalhadores da Menzies e pediram “continuidade” no trabalho nos aeroportos.
Este encontro ocorreu após um concurso para assistência em escala nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro ter preliminarmente atribuído as licenças ao consórcio Clece/South, do universo Iberia, tendo a Menzies ficado em segundo lugar.
Em declarações à Lusa, Catarina Silva, dirigente do STTAMP, disse que para os sindicatos a única preocupação são “os postos de trabalho e os direitos”.
Os dois sindicatos representam cerca de 600 trabalhadores da SPdH, que conta com a Menzies como acionista maioritária após um processo de insolvência, referiu.
Segundo a dirigente sindical, se estas questões estiverem asseguradas “é para estes sindicatos, indiferente quem é o acionista ou quem é a pessoa que vem tomar conta disto, desde que assumam os trabalhadores”.
“Portanto, nós queremos é estabilidade na operação, se for com a South/Clece, tudo bem, desde que eles assumam os trabalhadores e os direitos que os trabalhadores têm”, salientou.
Sobre a transmissão de estabelecimento, caso o consórcio Clece/South vença o concurso, esta opção não foi garantida “a 100% ainda”, porque “poderá haver outros cenários”, indicou Catarina Silva, salientando que o que pretendem é esse modelo. “O que nós queremos é exatamente […] a transmissão de estabelecimento, se eles forem os vencedores, porque isso obviamente garante logo à partida os postos de trabalho e os direitos, portanto tudo”, assinalou.
Ou seja, destacou, pretendem “continuidade”, e não um cenário em que a vencedora diga que não quer a SPdH, mas fica com os trabalhadores, da maneira que entender.
Acerca de uma possível greve, Catarina Silva disse que a questão “não se põe com estes dois sindicatos”, apontando que querem “os trabalhadores tranquilos” e que quem vencer este concurso “tenha a empresa estável, porque neste momento a instabilidade não vai trazer frutos nenhum, nem para os trabalhadores, nem para as empresas que fazem, nem para as companhias que assistimos”.
Na terça-feira, em declarações à Lusa, Fernando Henriques, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), disse que a mensagem final que lhes foi transmitida pelo Governo, numa reunião, em que também esteve o Sindicato dos Trabalhadores de Handling, da Aviação e Aeroportos (STHAA), foi de que “não quer instabilidade nos aeroportos”.
Segundo Fernando Henriques, para o sindicato há “um conjunto de compromissos que estão assumidos com a Menzies para 2026 relativamente ao futuro Acordo da Empresa”, nomeadamente tabelas salariais, ou seja, matérias sobre as quais foi obtido um compromisso para negociações depois de ter as licenças.
“Em qualquer outro cenário que não seja as licenças serem atribuídas à SPdH, ficará em causa esse desiderato e, portanto, vai colocar uma pressão enorme por parte dos trabalhadores, numa instabilidade do laboral e social”, explicou.
No relatório preliminar do concurso, a que a Lusa teve acesso, o júri liderado por Sofia Simões deu uma classificação de 95,2523 ao agrupamento Clece/South, do universo Iberia, tendo a Menzies (antiga Groundforce) terminado com uma classificação de 93,0526.
Lusa



