Como se construiu um centro comercial a céu aberto

Há cerca de quatro anos Vila Real de Sto António introduziu numa das suas zonas mais nobres o conceito de centro comercial a céu aberto. 

A intervenção envolveu um investimento a fundo perdido de um milhão de euros do programa Jessica, a que a Câmara local juntou mais 500 mil euros de fundos próprios, referiu a responsável pelo projecto, Renata Ferreira, em intervenção produzida na Semana da Reabilitação Urbana, que decorreu em Portimão. Os comerciantes não tiveram que fazer qualquer tipo de investimento.

Um dos objectivos essenciais era, obviamente, “apoiar o comércio local”, mas o projecto ia muito mais além, procurando-se também criar condições para conseguir atrair mais gente ao centro histórico, não apenas na condição de visitante, mas também como residentes.

Antes de ir para o terreno, a equipa definiu uma imagem gráfica própria para a nova linha de mobiliário de esplanadas e de suportes publicitários que substituiu a que existia. Dessa forma, conseguiu-se que todos os estabelecimentos tivessem uma imagem uniforme, que fosse o cartão de visita da zona intervencionada. Outra das medidas tomadas foi o sombreamento das ruas. 

A mesma linha gráfica, inspirada no azul do mar, no branco típico de Vila Real de Sto. António e nas tradições de Vila Real, em especial as ligadas à indústria conserveira, é usada em todos os elementos instalados na zona, inclusivamente, os que identificam os monumentos aí situados, relativamente aos quais também se disponibiliza informação a quem por ali passa. 

No âmbito desta intervenção “foi recuperado o Edifício da Alfândega, um imóvel emblemático da cidade”, que, no futuro, é possível que seja convertido num hotel de charme.

Elemento fundamental para o projecto era criar um ambiente que convide a passear na zona, pelo que foram levadas a cabo algumas obras com esse objectivo e criadas zonas de descanso e lazer e bancos que ostentam poemas de António Aleixo. Essas intervenções levadas a cabo ao nível do pavimento foram aproveitadas para que os cabos eléctricos e de redes de comunicação fossem enterrados. A iluminação pública foi substituída e a arte urbana usada para ‘esconder’ a degradação de edifícios devolutos.

Paralelamente, foi definido que a zona passasse a receber um intenso programa de animação, o que tem vindo a ser seguido.

Nesta altura, o balanço que Renata Ferreira faz do projecto é “muito positivo”. Nota uma grande “revitalização económica” do espaço intervencionado, que passou, inclusivamente, a ser alvo do interesse de grandes marcas que, anteriormente, se afastavam do centro. Esta nova dinâmica leva a que “praticamente, não haja lojas fechadas nesta área” e que, consequentemente, se registe “um aumento de emprego”.

Quem não tem ainda uma loja e quer testar um modelo de negócio também tem possibilidade de o fazer. É que a autarquia coloca à sua disposição pequenos stands de rua, onde podem comercializar os seus produtos, desde que estes “não façam concorrência aos das lojas aí instaladas”.

Com o modelo aprovado, a Câmara tem vindo a alargá-lo a algumas outras artérias e a ideia é que, futuramente, também seja instalado em Monte Gordo e Manta Rota. 

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